terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Enterrem meu coração na curva do rio




"Onde estão hoje os pequots? Onde estão os narragansetts, os moicanos, os pokanokets e muitas outras tribos outrora poderosas de nosso povo? Desapareceram diante da avareza e da opressão do Homem Branco, como a neve diante de um sol de verão. Vamos nos deixar destruir, por nossa vez, sem luta, renunciar a nossas casas, a nossa terra dada pelo Grande Espírito, aos túmulos de nossos mortos e a tudo que nos é caro e sagrado? Sei que vão gritar comigo: NUNCA! NUNCA!".

Frase é do índio Tecumseh, dos Shawneesno e foi lida no 1° capítulo do livro Enterrem meu coração na curva do rio - A dramática história dos índios Norte-Americanos de Dee Brown. Ainda não terminei de ler. Toda uma cultura exterminadas, tribos inteiras dizimadas, muito sangue derramado; tudo em nome do progresso.  Impossível não começar a se perguntar se o mocinho da história é mesmo aquele que Hollywood (mídia)  sempre nos apresentou.

Fazendo um paralelo com os dias de hoje, não apenas com a situação dos indígenas, quantos tantos mandados extra-oficiais a favor do clássico pensamento "índio bom é índio morto" (hoje a frase é "bandido bom é bandido morto"), a simulação dos tratados de paz, o discurso da sociedade civil apoiando massacres, reproduzindo o preconceito institucionalizado e a dissimulação do poder público quanto aos acontecimentos mais mórbidos. 

Estas coisas me faz crer que mudam-se as estratégias, mas a história continua a mesma. 

Foto: Harley Brown (1939, Canadian)

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